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Journal : O FIGUEIRENSE (30/04/08)

Hot Legs… Pernas para que se querem em palco
Quem passa pelo Casino nem nota o frenesim que agita os seus corredores. Bailarinas e bailarinos do novo espectáculo, que hoje se apresenta em ante-estreia, multiplicam-se nos últimos ensaios. O Salão Caffé tornou-se, todo ele, palco desta nova produção, exclusiva para o Casino Figueira, que promete arrebatar plateias, com explosões de energia , ritmo e sensualidade em doses generosas.
Um espectáculo para saborear, desde já, num ‘ensaio’ captado pela objectiva de Raúl Cardoso.

Mesas, cadeiras, tapetes, escadas. Qualquer espaço, qualquer motivo, é bom para exercitar o corpo, que se quer flexível, ágil e belo. No palco ouve-se o sapatear dos dois bailarinos, os únicos num elenco fortemente feminino. Na plateia, Cecília exemplifica uns passos de dança perante o olhar atento das colegas, que a ouvem enquanto fazem esparregatas distraídas. Um pequeno de cabelos louros surge entre as mesas, aqui e ali, sobrepondo a sua tagarelice incompreensível à música. É o filho de Vincent Pausanias, o produtor do espectáculo.

Ah, Paris…
Vincent chegou de Paris para assegurar que “Hot Legs” tem o glamour, a sensualidade e a força dos grandes espectáculos.
Dançarino multifacetado, Vincent Pausanias começou há mais de 15 anos, em França, e desde então todo o mundo tem sido palco dos seus variados espectáculos, do ‘music hall’ à Ópera, do ‘Cotton Club’ ao espectáculo aquático, do cabaré parisiense ao trabalho de companhia.
Pedagogo eficaz, grandes estruturas, como a Ópera de Paris, o Lido ou Eurodisney já lhe confiaram a gestão dos seus espectáculos e, mais recentemente, Vincent dirigiu 500 artistas de Marrocos num estádio de futebol para a fase final da radiodifusão televisiva “Le pied en Or” ao vivo na TVM (Televisão marroquina).
Vincent Pausanias está na Figueira da Foz a convite de Patrice Marques, o director de “Hot Legs”, e também de “Dance Fever”, o espectáculo que elevou a fasquia e tornou este novo desafio mais apetecível.

Sensualidade e força
“Hot Legs”. O nome, e a imagem que o acompanha e já circula pelos cartazes na cidade, remetem o espectáculo para o universo da sedução feminina. Mas há, neste título, um segundo sentido. “Este espectáculo tem muita percussão, muito sapateado. É um espectáculo fisicamente muito exigente, forte, com muita energia. Assim, Hot Legs significa também o trabalho de pernas, que neste espectáculo é predominante”, explica Vincent.

Sedução
Pelo palco, a partir de amanhã, passarão 10 bailarinas, dois bailarinos, um cantor e um duo acrobático, com número aéreo realizado em pano de seda. O Figueirense aproveitou uma pausa de Cecília Cernebym, Lisa Todd e Charlie Middleton para perceber como está o elenco a sentir esta nova produção. Cecília, a ‘company manager’ é a mais comunicativa, talvez porque já fala um razoável português. Chegou à Figueira da Foz há três anos e acabou por se render à Praia da Claridade, onde já tem casa. É ela que melhor pode falar do espectáculo, porque tem termo de comparação: as colegas estão no Casino Figueira pela primeira vez. “É um espectáculo na linha do Dance Fever, mas com mais percussão, mais ritmo. É muito dinâmico e sensual, mas de uma forma elegante”, explica. “Não há top less”, lembra Lisa, a título de exemplo. Charlie não esconde o alívio: “Ainda bem”.
Mas desengane-se quem pensa que “Hot Legs” não tem a tónica ‘sexy’ dos espectáculos de Casino. “É talvez até mais sensual, mas de uma forma menos óbvia”, prossegue a jovem sueca, com formação em artes cénicas – música, dança e representação. A pausa terminou. As três jovens juntam-se às colegas nos bastidores. Em minutos estão vestidas com as indumentárias concebidas propositadamente para este espectáculo, e ocupam as suas posições.
Umas sobem ao topo da estrutura metálica que domina o palco. Outras entram pelas laterais. A música arranca.

Sound Track
Com cerca de uma hora, “Hot Legs” conta com música de Gwen Stefany, Shirley Bassey, Portishead, Chris Isaack, Sinead O.Connor e ainda Sing Sing (do espectáculo Fosse). Os ritmos variam, energia e languidez alternam-se. O número ao som de Portishead promete dar que falar. Sozinha em palco, uma bailarina ‘importada’ do mítico ‘Crazy Horse’ é o corpo da própria sensualidade, num número de dança de striptease… sem striptease.
Uma explosão de emoções para viver de quarta-feira a domingo com entrada livre no Casino Figueira.